"ORTOGRAFIA, LUSOFONIA E PRECONCEITOS" Há algumas semanas, fomos surpreendidos - ou talvez não - por notícias vindas a lume na imprensa que se faziam eco de um certo mal-estar na universidade portuguesa. Esse desconforto estribava-se na incapacidade revelada por alguns professores para lidarem com alunos oriundos de outros países de língua portuguesa, mormente timorenses e brasileiros, ao ponto de, não raro, os alunos desses países serem brindados com uma muito desagradável frase: «Fale português!». No caso timorense, não conheço bem a realidade de um país em que durante a ocupação indonésia - que durou duas décadas e meia - o português nem sequer foi leccionado. No caso brasileiro, os equívocos são muitos dos dois lados do Atlântico, mas – creio eu – de forma mais acentuada em Portugal, não obstante as relações sempre amistosas entre os dois países. O Brasil tornou-se independente da então coroa portuguesa há perto de duzentos anos e a distância, o atraso português