Ilustração: obra de Manuel Nuñez
SAGRADA POESIA
Adoro! Quando chovem palavras
Suaves como plumas sobre mim
Adoro! Quando dispo com o olhar
O teu vestido rosa de cetim
Adoro! Quando Deus pinta o céu
Com as cores do arco-íris
E beijo o rosto que escondes no véu
Adoro! Quando enfeitas o teu cabelo
Com adereços exóticos de magia
Adoro o teu crítico e sábio conselho
No final de cada sagrada poesia
Adoro sentir-me parte do universo
Dependente do teu ser mortal
Adoro, adoro! Confesso!
Esse teu lado mais espiritual
Adoro ver passar o tempo. Adoro!
Exercer em nós a metamorfose
Rápida como um velho meteoro
Adoro a prece que inventaste
Com a intenção de nos salvar
Adoro o sonho que me contaste
Longe deste lúgubre lugar
Adoro! A noite eterna dos poetas
Abençoada pelos teus beijos
Oferecidos aos sábios profetas
Adoro! Quando sinto desejos
Pelas coisas íntimas e secretas
Adoro! Quando me deixas amar
No éden de flores, esbeltas
Adoro sentir a fresca madrugada
Com perfume divino de maresia
Exaltada para a eternidade
Aqui nesta simples apologia
Adoro, confesso meu amor!
Adoro! Essa via láctea
Onde tu plantaste uma flor.
© Joaquim Jorge De Oliveira